Uno Way e Gol Rallye
Eles trazem cores vibrantes e uma receita leve de off-road, para quem gosta de sair do asfalto
HAIRTON PONCIANO VOZ//FOTOS: GUILBER HIDAKA

O Uno Way 1.4 tem preço inicial de R$32.480. O Gol Rallye 1.6, R$ 40.700
As diferenças técnicas não são muitas. Os veículos aventureiros costumam ser variações muito leves de suas versões normais. Às vezes a carroceria é um pouco mais alta. Eventualmente os pneus são trocados. Mas o que conta é o visual, e nisso a dupla verde e amarela desse comparativo se destaca. Há seis meses, o Uno causava frisson no trânsito, por ser novidade.
Hoje, o modelo da Fiat é figura fácil nas ruas. Mas saia com o Uno Way 1.4 (R$ 32.480) verde e você volta a ser atração. O mesmo vale para o Gol Rallye 1.6 (R$ 40.700) amarelo. Seja pelos adereços, seja pela cor, eles se destacam do padrão cinza e prata que toma conta da cidade, estampando carros e prédios. Nosso embate começa na cidade e faz uma leve incursão na terra. Mas só para adicionar um pouco mais de mato verde e terra marrom à paisagem. Enfim, para fugir do cinza.
Hoje, o modelo da Fiat é figura fácil nas ruas. Mas saia com o Uno Way 1.4 (R$ 32.480) verde e você volta a ser atração. O mesmo vale para o Gol Rallye 1.6 (R$ 40.700) amarelo. Seja pelos adereços, seja pela cor, eles se destacam do padrão cinza e prata que toma conta da cidade, estampando carros e prédios. Nosso embate começa na cidade e faz uma leve incursão na terra. Mas só para adicionar um pouco mais de mato verde e terra marrom à paisagem. Enfim, para fugir do cinza.

Em relação às versões normais, ambos têm maior altura do solo, para não raspar embaixo. Porém, principais diferenças são visuais

Nosso rápido passeio pela terra revelou que o Uno oferece maior aderência, por conta dos pneus de uso misto. NoGol, os Pirelli P7 205/55 R15 são mais urbanos que eu. Durante a sessão de fotos, Ricardo Fiorotto, diretor de arte, confirmou que na terra solta eles perdiam aderência mais facilmente que os do Uno. Mas Fiorotto ficou com a impressão de que a suspensão do Gol estava mais firme e adequada para uso off-road. O Gol balança menos nas curvas, e permite melhor controle.

Falando em direção, vamos entrar para ver se a bela impressão causada pelos dois do lado de fora continua por dentro. Ambos são modernos, mas o Uno tem soluções mais joviais, alegres. O Gol segue uma linha mais sóbria e funcional. Os instrumentos do painel, por exemplo, acompanham o conhecido esquema da marca: velocímetro e conta-giros lado a lado, com display central para informações do computador de bordo. A diferença, no caso do Rallye, é que o grafismo é branco, e o display é vermelho. No Uno, a forma levou vantagem sobre a função. Explico: o quadro de instrumentos é belo e inusitado. Todo mundo que viu elogiou. Mas o conta-giros (analógico) é pequeno, assim como as barrinhas digitais que indicam o nível de combustível.
O acabamento é apenas razoável em ambos. Os dois empregam plástico rígido no painel, mas ambos vêm com laterais de portas parcialmente revestidas de tecido. O revestimento dos bancos repete a filosofia de cada marca: mais alegre no modelo de origem italiana; mais recatado no alemão. As costuras dos tecidos, porém, revelam mais cuidado e precisão no VW.

Em termos de desempenho, o Gol não dá a menor chance ao Uno. Com motor 1.6 VHT (104 cv com álcool), o Rallye fez 0 a 100 km/h em 11,4 segundos. Com motor 1.4 de 88 cv, o Uno Way precisa de 2 segundos a mais para alcançar essa velocidade (13,5 s). Além disso, o modelo da VW tem funcionamento mais silencioso, evidenciando que o cuidado com o isolamento acústico foi superior.
Em baixa rotação, o Uno mostrou aceleração irregular, fazendo com que às vezes ele respondesse aos trancos. Não apresentou a mesma linearidade de funcionamento dos outros Unos que passaram pela redação, e ficou muito longe da suavidade do Gol. Em compensação, o Fiat foi mais econômico: fez média de 9,0 km/l com álcool entre cidade e estrada, número que caiu para 7,6 km/l no Gol.

Ambos estavam com cerca de 9 mil km rodados, mas o Uno evidenciou mais problemas para um carro tão novo: a regulagem manual do retrovisor direito estava quebrada, e a luz do freio no painel ficava piscando o tempo todo. No Gol, o botão do vidro elétrico também estava enroscando.
Gostei da eficiência do desembaçador elétrico dianteiro do Fiat. Tem filetes praticamente invisíveis, mas quando acionado desembaçou rapidamente o para-brisa. É equipamento opcional, para modelos sem ar-condicionado.
A posição dos botões dos vidros do Uno, no painel, não é a ideal, mas também não compromete. No Fiat, não há controles de som no volante, ao contrário do que ocorre no VW. Opcionalmente, o Gol pode vir com o ótimo volante que começou no Passat CC, e hoje está em boa parte da linha. Ele abriga os comandos do som, computador de bordo e do câmbio automatizado (I-Motion, opcional).
Além disso, o revestimento escuro do teto confere um aspecto bem esportivo ao interior do Gol. Deixa o carro "mais quente". O problema é que nesse carro "mais quente" o ar-condicionado é opcional (aliás, em ambos). Por R$ 40 mil, o ar até que poderia ser de série. Essa disputa ele leva, mas fica aí a dica para a VW. Que tal um refresco para quem comprar o Rallye?
Nenhum comentário:
Postar um comentário