quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Boas expectativas para 2011 no setor auto-motivo.

Setor automotivo brasileiro deve crescer mais em 2011

Setor automotivo brasileiro deve crescer mais em 2011
Foto: Afonso Carlos
O mercado brasileiro de automóveis nos últimos dois anos experimentou um crescimento surpreendente, a despeito até dos temidos efeitos da crise financeira global de 2008. Por esta razão, 2011 é visto por muitos como o início da adequação. Não que o mercado não vá crescer. Mas também não deve ter números tão dilatados quanto 2010. 

Este ano, o aumento de vendas beirou 10% sobre 2009. Já 2011 deve registrar um crescimento de 5,2% sobre 2010, segundo as projeções da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Um índice elogiável para os executivos do setor. “Crescer acima do PIB, que deve aumentar em 4,5%, é algo bastante saudável. Em nenhum outro país a indústria vai crescer nessas projeções”, enaltece Rogério Cesar de Souza, economista chefe do Iedi – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.

Esta contramão do crescimento é vista como necessária. “Em 2011 vai ser um crescimento mais dentro de uma normalidade de mercado, ou seja, de acordo com o PIB, pois caso contrário poderíamos ter a famosa ‘bolha de consumo’ e, no ano seguinte, queda”, explica o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive. E nem isso é capaz de frear qualquer euforia do setor. “Número para chinês nenhum ficar com inveja”, brinca Marcos Munhoz diretor geral de comunicação e de relações governamentais da General Motors.

Um crescimento e empolgação que tem base nas mesmas razões que fizeram o mercado crescer nos últimos anos. Crédito farto e prazos longos devem continuar a ditar o ritmo do setor automotivo no país em 2011. Isso, apesar das recentes medidas do Governo Federal. 

No início de dezembro, o Banco Central elevou o depósito compulsório das entidades financeiras para diminuir o volume de crédito no mercado e frear o consumo. “Acredito que seja uma medida transitória, de curto prazo, não deve impactar as vendas de dezembro, nem de 2011. O mercado continuará aquecido”, aposta Cledorvino Belini, presidente da Anfavea e da Fiat do Brasil.

Os fabricantes de automóveis, é claro, estão de olho no ritmo de crescimento. Tanto que o montante de investimento no setor vai crescer 38% no próximo triênio 2010-2012, chegando a US$ 11,2 bilhões. Só os chamadas “quatro grandes” respondem por mais da metade desta quantia. A GM, por exemplo, encerra seu ciclo de investimentos de R$ 5 bilhões em 2012. 

A Fiat, em novembro, anunciou um pacote de R$ 10 bilhões até 2015 que visa aumentar a capacidade produtiva de Betim, Minas Gerais, e uma nova planta em Pernambuco. A Volks prevê aportes de R$ 6,2 bilhões no Brasil entre 2010 e 2014 para o aumento da capacidade e ampliação da linha de produtos. “Temos um papel muito importante na nova fase de globalização tecnológica do Grupo, que tem o objetivo de alcançar a liderança mundial em 2018.

A empresa vai iniciar, a partir de 2011, um processo de maior conexão tecnológica entre os produtos desenvolvidos no Brasil e o que existe de mais moderno dentro do Grupo Volkswagen em todo o mundo”, garante Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil.

Tanta confiança se reflete nos números de lançamentos e vendas como metas para 2011. A Volkswagen alardeia 23 novidades para o ano que se inicia. As chamadas “new comers” – que chegaram ao Brasil de 20 anos para cá – também vislubram dias prósperos.
A Citroën quer vender 112.500 unidades, cerca de 15% a mais que em 2010. A Renault, por sua vez, planeja comercializar mais 20% automóveis em 2011 do que em 2010. Para tal, as duas francesas apostam na ampliação da rede. “A expectativa é vender 205 mil unidades. Nossa intenção agora é expandir concessionárias para o interior do Brasil”, avisa Jean-Michel Jalinier, presidente da Renault. “Passamos de 130 para 150 concessionárias em 2010. Isso significa interiorizar cada vez mais a marca. Acreditamos que vamos inaugurar mais 15 concessionárias nesse processo de interiorização em 2011”, calcula Domingos Boragina Neto, diretor comercial da Citroën.

Essa estratégia é coerente com as perspectivas do mercado sobre o poder aquisitivo do brasileiro. Para os economistas, o mercado brasileiro ainda tem uma demanda reprimida e leva a vantagem de ter uma perspectiva de novos consumidores de veículos . “Nossa relação carro/habitante ainda é baixa, de 6,9/1, longe do nível de estabilidade que ocorre em outros mercados, de dois veículos por habitante, como o europeu”, argumenta Belini, da Anfavea. “O Brasil ainda não esgotou a entrada de boa parte da classe C no mercado e o crédito ainda está muito disponível”, ressalta Munhoz, da GM.

Instantâneas:
# As projeções da Anfavea para 2011 apontam um mercado interno com 3,63 milhões de unidades vendidas em 2011. Já a produção deve aumentar apenas 1,1% e passar de 3,64 milhões para 3,68 milhões de unidades.

# As medidas anunciadas pelo Banco Central em dezembro pretendem retirar do mercado de crédito R$ 61 bilhões.

# O Brasil é o principal mercado da Fiat no mundo, o terceiro mais importante da Renault e responde por 17% das vendas globais do Grupo Volkswagen.

# Durante o XX Congresso Fenabrave, no mês de setembro, em São Paulo, o presidente do Grupo Fiat, Sergio Marchionne, disse que a meta da Fiat é atingir 1 milhão de unidades vendidas no país em 2014. 

# A Anfavea estima que o mercado brasileiro em 2015 vai atingir a marca de 6 milhões de unidades.

# Atualmente, o setor automobilístico responde por mais de 5% de toda a atividade industrial no país e por 10% do PIB – Produto Interno Bruto.
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Fonte - Meu carro novo
Autor: Fernando MIragaya - autopress

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